PRINCÍPIOS DE ACONSELHAMENTO PASTORAL, por Karl Kepler e Albert Friesen
CONDIÇÕES BÁSICAS
1. Ciente do seu “valor”
I Tim 1.15 – o pior dos pecadores; também Rm 7.14,18 – em mim não habita bem nenhum; e Romanos 2.1-4 , Rm 2.17-24 – tu fazes o mesmo que condenas. Nossa diferença fundamental de Jesus.
2. Seguindo a atitude básica de Jesus.
Mt 11.28 “vinde a mim… e achareis descanso/alívio para vossas almas”
João 6.37 “Todo o que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora”
3. Cooperando com o Espírito Santo
Procurar entender o que Deus está querendo fazer com essa pessoa, ajudá-la a perceber para onde o E.S. a está convidando a seguir (e ter a liberdade para isso).
Ef 5.17 “tentar entender”
4. Amadurecido acima de seus preconceitos em relação aos homens
Se o homem é mau, precisa de restrições. Se é bom, precisa de apoio. Joio & Trigo, a dificuldade de aceitar a mistura, tanto em crentes quanto em incrédulos.
CONTEÚDOS DO ACONSELHAMENTO
1. O Caminho da Sabedoria (Daniel Schipani, Ed. Sinodal)
Auxiliar a pessoa a reconhecer grandes armadilhas e “burradas” em que ela está caindo ou corre o risco de cair
2. O Caminho do Evangelho
Salvação pela fé, não pelo comportamento (obras); primazia do amor.
3. O Caminho do Amor
I Pedro 4.10 “Tende antes de tudo amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados”.
4. “Não julgueis”
Mostre o mal que a pessoa está fazendo, mostre o sofrimento que ela está trazendo para si e para outros, mostre o que a Bíblia ensina sobre o tema, mas não feche um veredito. Jesus veio salvar o perdido – Tg 5.20
5. Diferente cfe. a Situação
I Ts 5.14 a cada um como precisa, e para todos longanimidade.
ARMADILHAS DO ACONSELHAMENTO
1. O “Caminho Certo” x a companhia de Deus conosco-Emanuel
cp. Sl 40.5 – os planos/desígnios/pensamentos de Deus para conosco são muitos, incontáveis. Sempre haverá um “caminho de Deus” na situação em que eu estiver.
2. A aparência de correto/boa fama (lei) x a ousadia do amor
Fp 4.5 o termo “moderação” (epieikeia) = “aquém e além da lei” (II Co 10.1, “benignidade de Cristo”). O Jesus que não condenou a mulher adúltera, que fez vinho para a festa, que defendeu os discípulos que debulhavam no sábado(Mc 7), e que circulava igualmente entre líderes do povo de Deus, fiscais de impostos corruptos, prostitutas, crianças, samaritanos, etc.
Rom 3.8 Paulo com seu ensino de justificação unicamente pela graça correu o risco de ser caluniado.
I Jo 2.1 João ao ensinar a realidade sempre presente do nosso pecado e a solução da propiciação corria o risco de ser mal interpretado (como incentivador do pecado).
3. A “caça aos pecados” em vez da “caça ao amor” (que cobre os pecados). As duas plantas no mesmo vaso (duas naturezas até a volta de Jesus). Lutero: simultaneamente justos e pecadores. Gál. 5.16: “andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne”.
4. A advocacia em causa própria (reflexo da falta do primeiro fundamento) – evite ao máximo dar exemplos de sua própria vida (mais ainda nos sermões); é bem possível que estejamos tentando afirmar a nossa própria justiça. Seja bom exemplo, mas pregue a Palavra, não o que você faz. (OK, pode haver exceções; mas via de regra evite falar bem de si). É bom que as ovelhas saibam que nossos sermões nunca são perfeitos.
5. Levar o assunto para a pregação ou disciplina (quebra de aliança/fidelidade ao sigilo pastoral). Deixe as 99 ovelhas lá no aprisco: cuide da que está perdida – levar o assunto para o rebanho é fazer exatamente o contrário.
Mesmo em caso de “pecado explícito”, vale o “se teu irmão te ouvir, ganhaste teu irmão”(e morre ali mesmo a questão).
OBJETIVOS/FINAL DO ACONSELHAMENTO
1. Integração I Jo 1.1-10 – alegria completa, comunhão com Deus, comunhão uns com os outros, andar na luz (“abrir-se”), na verdade.
2. Encaminhamento Nem sempre conseguiremos ajudar. A realidade da doença da alma. A necessidade de ajuda profissional (psicólogo ou psiquiatra). Minhas limitações (repulsa ou atração demais). É uma relação “artificial” com início e final.
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Karl Kepler e Albert Friesen