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EXPERIÊNCIA RELIGIOSA E PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO, por Madalena Araújo

Artigos e Notícias
“Deus continua preocupado com a necessidade humana e não com a perversidade humana, com o fracasso do destino humano mais do que com o fracasso do dever, não com o seu passado pecaminoso, mas com o potencial de redenção.
Se Deus confirma pacientes e terapeutas nessa condição humana, a teoria e prática psicológica cristãs devem se basear nisso. Os pacientes têm liberdade para ser o que são em  nome daquilo que podem vir a ser perante a face de Deus.”
Livro: Graça de Deus e Saúde Humana

1.    A Contribuição das Comunidades e igrejas que promovem a saúde e semeam o Desenvolvimento do ser.

“É de suma importância que diferenciemos o que é experiência religiosa autêntica do que é patologia psíquica. Então a adoração pode representar cura real e redentora. A espiritualidade pode ser libertação, e não escravatura. A vida pode ter o alívio da graça”.

–    Comunidades/Igrejas com modelos mais reais das lideranças – Homens que servem a Deus;

–    Equilíbrio entre o que é recomendado e o que é praticado – Congruência nas atitudes;

–    Incentivar e criar condições para o envolvimento das pessoas na Comunidade/Igreja – Servir uns aos outros;

–    A pratica da Oração e do Jejum como meio de melhoria da qualidade de vida – Compreensão de seus limites.

2.    Olhar Atento /Clinico – Discernimento Espiritual.

Patologias facilmente identificadas: Alienação Psicótica da realidade.

Problemas Mascarados:
Rigidez excessiva
Ansiedade Neurótica – não proporcional a ameaça.
Obsessão ou compulsividade quanto a rituais autodestrutivos
Culpa exagerada ou auto-estima diminuída
Depressão mascarada e raiva internalizada
Achatamento do afeto – muitas vezes acompanhado de compensação exagerada externada numa forma falsa de excitamento

Estes itens indicam patologias e não meras deficiências Espirituais, é preciso remover os obstáculos psicológicos para que a pessoa possa alcançar crescimento psico-espiritual.

Quando há compreensão de defasagem entre a vontade ou intenção e ação comportamental. As pessoas são capazes de ter uma avaliação sensata da situação, mas não conseguem agir de uma forma congruente com esta percepção.


3.    Aceitação Incondicional

“A maneira como Jesus lidava com as pessoas assegura-nos nosso valor e transforma a ansiedade em tranqüilidade pela dinâmica psicológica da  aceitação incondicional”.
Aceita-nos assim como somos, proporcionando-nos, portanto a liberdade psíquica de alcançarmos o que somos potencialmente em corpo, mente e psique. Sendo a humanidade o que é – esta é a única chance do homem ““.

–    Ambientes acolhedores e inspiradores.

O ambiente para receber a pessoa em sofrimento deve propiciar uma atmosfera de confiança, segurança e confiabilidade. Propiciar que a pessoa se sinta à vontade, que se sinta  segura, garantir a pessoa sigilo total.
O clima tem que ser confiante e encorajador ajudando a pessoa a relaxar e deixar que seus pensamentos e sentimentos aflorem.

–    Oração como meio para falar/conversar sobre  o que é dificil de expressar.

Num clima de liberdade de expressão a oração é o meio de comunicação e expressão da dor, a liberdade para falar sem se preocupar com coerência/lógica ou sentido do que está sendo falado. Saber que se está sendo ouvido e acolhido sem censura ou punição que o clima é de amor e misericórdia propicia o ganho de consciência das conseqüências de seus atos trazendo para si a responsabilidade de suas atitudes.

–    Silencio para ouvir a revelação da voz interior.

O silêncio para propiciar que o interior ouse aparecer, coragem para ouvir o que vem do intimo, dar vazão ao inaudito, tomar contato com as dores latentes que não queremos/podemos tomar consciência, coragem para reconhece-las, acolhe-las, misericórdia consigo mesmo, reconhecimento do seu estado de ser, identificar o que tem determinado suas atitudes, dar vazão à sombra ao desconhecido, acolher o que vier com muito amor.

“É um fato da vida que comecemos a discernir, tão logo nos tornemos autoconscientes, de que todos somos capazes de sermos ao mesmo tempo majestosamente magnânimos e miseravelmente maus”.

–    O choro, o grito, o desespero, a ira, a raiva, a decepção, como catarse para aliviar o fardo e o sofrimento.

A livre expressão desses sentimentos leva a pessoa a tomar contato com a energia que eles retêm, propiciando experiências muitas vezes ameaçadoras – fazendo com que a pessoa recue – pois não tem consciência do poder contido/represado/sufocado/reprimido.
Á medida que a pessoa começa a ousar experimentar esses sentimentos e a força que eles contêm vai ganhando condição de compreende-los, reconhece-los e aceita-los, com sucessivas vivências  a pessoa passa a identificar essas energias e potencializa-las a seu favor.

4.    A Imagem de Deus como curativo para a alma

“Existem dois tipos de religião na história do homem: Aquelas que partem do pressuposto de que Deus está a nosso favor e aquelas que partem do pressuposto de que Deus está contra nós”.

As religiões do segundo tipo representam a escravidão psicológica que leva a um beco sem saída. As do primeiro tipo representam a liberdade de levar uma vida em aberto, numa busca criativa, onde cada risco – teológico, moral e espiritual – em última análise não é risco, pois a graça é maior que todos os nossos pecados.
Romanos 8:31 “Se Deus é por nós quem será contra nós”.

A imagem de um Deus Amoroso, Misericordioso, Bondoso, Acolhedor, tem poder curativo, balsamo para as dores, tem poder restaurador, poder de esperança, poder de recomeçar em novas bases.

5.    Histórias bíblicas como referencias e modelos para meditação.
Jesus é a base pela qual podemos saber que a confissão e o perdão são realidades que nos transformam. Sem a cruz a disciplina da confissão serria apenas psicologicamente terapêutica.
Porém ela é muito mais.  Realiza uma mudança objetiva em nosso relacionamento com Deus e uma mudança subjetiva em nós. É um meio de curar e transformar a disposição interior.

A utilização das Escrituras como base para meditação e revelação do poder de Deus na vida das pessoas. Histórias de pessoas comuns que acreditaram, que desenvolveram a paciência, a misericórdia, a habilidade de lidar com o tempo e reconhecer o poder de Deus em suas vidas.

6.    Vivências de cura e libertação como incentivadoras no Processo de Continuidade.

À medida que as pessoas vão ganhando confiança e se permitindo vivenciar momentos de alívio e de libertação, reconhecem o poder de Deus em suas vidas e o processo de entrega ganha nova dimensão, permitindo a ação do Espírito Santo em suas vidas.
Os seres humanos são, incondicionalmente, e apesar de si mesmos, estimados por Deus. Deus tanto amou ao mundo, que o criou; fez os homens intrinsecamente à sua própria imagem, investiu todas as pessoas com dignidade inalienável e inviolável, atribuindo desde o principio a cadaum o status de compatriota de Deus.

7.    Novas Perspectivas dão suporte para aguentar firme e lidar com as descobertas e suas consequências.
O alivio pela graça
A afirmação do nosso Eu real
A aceitação incondicional da aceitação incondicional que Deus tem por nós.
A celebração da nossa libertação generalizada da necessidade de ansiedade sistêmica:
“Não temais eu sou o vosso Deus”
e situacional:
“Não andeis ansiosos por coisa alguma” “Não vos inquieteis com o dia de amanhã”

A possibilidade de recomeçar de novas bases construindo relacionamentos mais cristícos e saudáveis à medida do possível sustenta as pessoas nos momentos de dor e sofrimento, pois começa a existir um novo modelo de viver, pensar e sentir, com significados simbólicos especiais.

Bibliografia:

Graça de Deus e Saúde Humana
J.Harold Ellens
Ed. Sinodal

Curar também é tarefa da Igreja
Ricardo Zandrino

Conocete a ti mismo
Ricardo Zandrino

Celebração da Disciplina
Richard J. Foster
Ed.Betânia
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Madalena Borges Araújo é Psicóloga, membro do CPPC

em São Paulo

 

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