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CEIA TRANSCENDENTE, por J. Cássio Martins

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CEIA TRANSCENDENTE
Lucas 22: 14-16, 19-20

 

Que é que temos diante de nós aqui agora? Todos podemos tranqüilamente responder: a Santa Ceia do nosso Senhor Jesus Cristo.
Porém, é preciso ver que a Ceia que celebramos só é realmente a Ceia do Senhor Jesus Cristo porque e quando ela transcende a si própria.
Convido, portanto, todos a ver na Ceia a transcendência da mesma.
Agora vocês poderão dizer-me: “Mas em Londrina não celebramos a Identidade e a Presença de Jesus na Ceia? Não quer isto dizer que agora damos uma volta de 180 graus, negando tudo aquilo?
Viktor Frankl e outros nos ensinam a ver transcendência naquilo que nossos olhos contemplam e que nossas mãos tocam.
Assim, perguntamos: Se a Ceia tem de transcender a si mesma, então, o que é que realmente vemos na Ceia do Senhor Jesus Cristo?
Nosso tema nestes dias, sem contradizer Londrina, nos mostra que vemos nela: Cultura, Psiquê e Espiritualidade.
Mas, se a Ceia transcende a si mesma, Cultura que é realmente Cultura, também tem detranscender a si própria pelo fato de ser cultura, e não um fato momentâneo. Afinal, Cultura é História; é algo que foi plantado e cultivado pelo amanho da terra dos corações e dos povos. A Ceia é um acontecimento histórico, e não uma inovação aventuresca.
Ao celebrar a Ceia com seus discípulos Jesus tomou a cultura pascal de seu povo e transcendeu-a, iniciando com ela um novo tempo, uma nova realidade, um cumprimento da promessa passada, efetuando sua renovação ao focalizá-la em seu corpo e em seu sangue.
A transcendência da Ceia nos mostra que Jesus não estava apenas saindo de um lugar chamado Egito para outro chamado Palestina. A geografia também foi transcendida.
Jesus, na verdade, criou uma nova cultura, uma meta-cultura, isto é, uma cultura transcendente, uma nova história, uma história que transcendia a Cultura meramente israelita, para ser agora universal, abrangente (é a perspectiva de Isaías).
Ele estava, como um segundo Moisés, guiando seus discípulos e todos os povos da terra  numa “Nova Páscoa” ou passagem transcendente à terra da fé: os novos céus e a nova terra, esta, agora, celestial, que Deus havia preparado. “Na casa de meu pai há muitas moradas”, disse ele.
Não era mais uma celebração cultural, apenas, nem também somente “transcultural”, como a gíria evangélica de hoje consagra. Ela seria, de agora em diante, meta-cultural, algo que não dependeria mais da cultura, coisa de um povo, de uma região, de uma geografia, mas algo que teria de transcender toda e qualquer cultura e qualquer geografia em que fosse celebrada. Assim, ela pode e deve ser celebrada em todas as culturas, “até os confins da terra”.
Nós no CPPC somos hoje convidados a encetar a “Nova Páscoa / Nova Passagem” com Cristo, para entrarmos nesta nova cultura, nesta nova história, nesta perspectiva de transcendência de nossa vida e de nossa profissão.
Há um profundo sentido “pascal” em nossa atividade profissional. Se “páscoa” significa “passagem”: nela nós passamos de nosso mundo para o do cliente. Empatia é, portanto, uma “páscoa”. E o cliente passa da patologia para a saúde.
Que maravilha quando isso se realiza!
Esta nova cultura consiste no amanho, no cultivo do coração, o que haverá de renovar e vivificar toda a nossa vida.
Vivemos numa época sem coração. Os interesses falam mais alto e o coração fica de fora das tratativas. Eis a grande tragédia de nosso tempo, como denunciava Jung. Como no Édem somos todos lavradores, só que lavradores da alma, chamados que somos a cultivá-la, sob pena de não termos nem o “lamentável mundo velho”, nem o “admirável mundo novo” do Huxley, ambos com a mesma marca, um mundo de desalmados.
Ilustração: Conta-se que um viajante seguia com seu animal por uma estrada difícil, íngreme e pedregosa, sob o sol escaldante. Muito sedento e cansado chega a um belo portal, com um belíssimo jardim e uma fonte de águas cristalinas. “Que lugar é este?”, pergunta ao porteiro, que diz: “É o céu. Você pode entrar e beber à vontade”. O homem pergunta se pode trazer o cavalo a beber também. “Não é permitida a entrada de animais”. O homem agradece e segue caminho, não querendo beber sem que sua montaria o fizesse também. Mais longe, uma velha porteira entreaberta mostra um homem do outro lado. Perguntado sobre onde poderiam beber ele e  seu animal, o homem bondosamente lhe mostra umas pedras, por onde se vê um riacho cristalino: “Pode entrar e beber à vontade e também o seu animal”. Após beberem o homem pergunta: “Que lugar é este?”.
“É o céu”, vem a resposta.
“Mas e aquele portal de mármore com o jardim?”, pergunta surpreso.  “É o inferno”, responde o porteiro. “E eles recebem todos os que não têm coração, os desalmados, os egoístas, os ´nem aí com a vida´”.
Criar nova cultura, a cultura da alma, é o chamado desta Ceia. A alma é a “vinha do Senhor” que temos de lavrar, a nossa alma e a do cliente.

 

Porisso, bem a propósito,
seguindo a pista de nosso tema, vemos também na Ceia Psiquê.
Mas, novamente, se a Ceia se transcende, Psiquê que é realmente Psiquê também transcende a si própria.
Na realidade é a Psiquê que celebra a Ceia – dentro de qualquer Cultura. Aí a Ceia não é apenas cultural, mas também “psíquica”, ou “álmica”.
Repito que quando a Ceia é verdadeiramente celebrada, é a Psiquê que o faz, porque a Ceia é um ato da alma humana.
Mas, o que é alma?
Aventuro-me a dizer que alma é a capacidade do homem de perceber além da visão ocular, da audição, da degustação e do toque, sem descartar nenhuma destas coisas. Se fizer este descarte ele será apenas um metafísico, um abstracionista. E a Ceia não é apenas metafísica, nem abstrata.
Alma é o poder de perceber
o que se  e o que não se vê;
o que se ouve e o que não se ouve;
o que se degusta e o que não se degusta;
o que se toca e o que não se toca.
A Ceia é, pois, um convite da Alma de Jesus à nossa alma para que percebamos o que é que ele está nos mostrando, e que transcende os elementos que ali estão. O convite de Jesus é um ato “fundante” de nossa alma. Ele dá um rosto ao pão e ao vinho para que possamos vê-lo ali. Porisso diz “Isto é o meu corpo… o meu sangue”. Pão e vinho não são fetiches, mas sim objetos “transicionais”, portadores de sua imagem.
É o que Paulo quer dizer com sua frase em I Cor. 11 sobre “discernir o corpo e o sangue do Senhor”.
Discernir é perceber,
é enxergar,
é descobrir.
É ficar extasiado,
emocionado,
movido e comovido
com o que nos está sendo apresentado através de um simples pedaço de pão e de um gole ou dois de vinho.
É com a psiquê que o homem, além de perceber, liga, conecta, entrosa o que ele com o que lhe transcende os olhos; ele liga, conecta, entrosa o que ouve com o que lhe transcende o ouvir; ele liga, conecta, entrosa o que degusta com o que lhe transcende a degustação; ele liga, conecta, entrosa o que toca com o que transcende o seu toque.
E até mesmo nós, para sermos realmente nós mesmos, temos de nos transcender. É parte do convite que Jesus nos faz o não nos prendermos, como nos ensinou o Dr. Ricardo, “modernamente” na mera objetividade da Ceia, nem “pos-modernamente” na subjetividade dela, mas integrarmo-nos no Reino de Deus – o povo celestial de Deus.
Este é o serviço da Psiquê na Ceia!
Pela sua teologia da Páscoa “Psíquica”, por assim dizer, Jesus criava, para os discípulos e para a igreja que deles nasceria, uma meta-psiquê, uma psiquê capaz de ver, de perceber e “linkar” aquela refeição pobre e frugal com a Grande e rica Ceia, a Ceia da Alma mostrada na sua parábola sobre o assunto. Ainda mais que no texto se diz que ele desejou ansiosamente comer aquela Páscoa. Era anseio do seu amor pelos discípulos.
Ilustração: Conta-se de um rei que tinha 4 esposas, cada uma cuidando de uma parte de sua vida.

 

Ele amava a sua 4a. esposa mais que tudo na vida, dando-lhe sempre tudo do melhor.
Amava também a sua 3a. esposa e a exibia sempre aos amigos e vizinhos. Porém, temia que ela o deixasse por algum outro rei.
A 2a. esposa o rei também amava. Era sua confidente que, com amabilidade e paciência, o ouvia, ajudando-o nos seus problemas.
A 1a. esposa era uma parceira leal e sempre procurava enriquecê-lo e a seu reino em tudo o que pudesse. Mas o rei não a amava, nem dela cuidava, mal tomando conhecimento de sua presença.
Um dia o rei cai mortalmente doente e aí pensa: “Tenho 4 esposas. Com qual delas poderei contar em minha morte?”.
Consultando a 4a. esposa se ela o seguiria, morrendo com ele, sem nem olhá-lo ela responde: “De jeito algum”. Seu choque foi violento. Um tsunami o atingiu.
Consulta a 3a. esposa: “Também te amei; agora que morro seria você capaz de morrer comigo?”.
“Não; a vida é boa demais. Quando você morrer vou-me casar de novo”. O coração do rei sangrou e gelou de dor.
Falou à 2a. esposa: “Sempre recorri a você e sempre tive sua companhia. Quando eu morrer você será capaz de morrer comigo?”.
“Sinto muito, mas desta vez não posso fazer o que você me pede. O máximo que farei será enterrá-lo”. Foi como um trovão, seguido de um raio no coração do rei.
Imediatamente ouve-se uma voz: “Eu partirei com você e o seguirei por onde você for”.

Ao voltar-se, o rei vê sua 1a. esposa, magrinha, mal nutrida, sofrida. E seu comentário lamentoso e tardio foi: “Eu deveria ter cuidado melhor de você enquanto podia”.
A 4a. esposa é nosso corpo.
A 3a. nossas posses e riquezas.
A 2a. são a família e os amigos.
A 1a. esposa é nossa ALMA, a que sempre irá conosco.
Cultivemos, fortaleçamos, enobreçamos e valorizemo-la o quanto pudermos. Sempre.
Cuidamos da alma, gestamos ou engendramos nossa alma, como diz Jung ao pensar de modo envolvente e saudável, “ter a mente de Cristo”, como ensina Paulo, recordar os grandes feitos de nosso Deus e celebrá-lo sempre, confiar nele, esperar com paciência, descansar nele, deixar a ansiedade e afastar-se das aflições e do pânico, como ensinam os Salmos. Os salmistas ensinam também os saudáveis caminhos da lamentação, para drenar os maus sentimentos e pensamentos e da confissão, para aliviar a consciência culpada, ambos caminhos espirituais profundamente terapêuticos.
Ser prudentes como as serpentes e simples como as pombas, como ensinou Jesus. E assim por diante.
Sim, cuidar da alma, da psiquê, hoje aproveitando a Ceia Eucarística.
Mas, cuidar de nossa “1a. esposa”, a alma, escapar à insensatez daquele rei, consiste também em atender à Ceia da Espiritualidade. Sim, porque ninguém celebra com Cristo uma ceia intelectual, cartesiana, idealizada, abstrata, racional, virtual, hipermoderna, nem mesmo científica.
Só é possível celebrar a Ceia com as palavras de Jesus à samaritana, ou seja, “em espírito e em verdade”. Não é só em Espírito, como os essênios do tempo de Jesus, nem só em Verdade, como queriam os fariseus. São heréticos ambos os reducionismos.
É enorme a gama de conceitos para expressar a espiritualidade, como aprendemos nestes dias aqui.
Talvez seja mais útil considerarmos que espiritualidade é tanta coisa ao mesmo tempo, mas não é nenhuma delas isoladamente. É a “espiritualidade da verdade”, bem como a “verdade da espiritualidade”.
Esta espiritualidade envolve:
–    descobrir, ficar admirado e admirar;
–    acreditar, sentir e pensar;
–    respeitar, almejar e realizar;
–    lembrar, curvar-se e confiar;
–    aprender, esperar e articular-se;
–    relaxar, descansar e usufruir;
–    planejar, trabalhar e compartilhar;
–    marcar, deixar-se marcar e avançar;
–    recuar, parar e olhar;
–    fechar os olhos, contemplar e maravilhar-se;
–    meditar, refletir e considerar;
–    É também, como nos mostrou o Hernandez em Londrina, “atravessar os
umbrais da glória”.
Enfim, como disse o autor de Hebreus, “faltar-me-ia o tempo para falar de…” tudo o mais que a espiritualidade é!
Tudo o mais? Sim, e não.
Sim, porque ela tem o sentido de plenitude, de totalidade, expressa por Paulo em Efésios e Colossenses.
Não, porque a lista não pára por aqui. Este “tudo o mais” não tem fim.
Os historiadores da fé cristã nos ensinam que as heresias são baseadas em idéias corretas, porém, tornadas exclusivas, desligadas de seus outros aspectos. Ficam, assim,  parciais, limitadas. É aí que produzem seus piores resultados. E isto ocorre quando a doutrina é apresentada como uma expressão única, mostrando uma psiquê doentia e uma espiritualidade unilateral.
Porém, novamente diremos: espiritualidade, tal como a Cultura e a Psiquê, para ser verdadeiramente Espiritualidade, precisa transcender a si própria, apontar para o que está além de si mesma, para a pessoa do Deus de Abraão, Isaque e Jacó, como dizia Blaise Pascal, ou seja, como nos ensina o Novo Testamento, o Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Assim, adaptando o Ageu citou em Brasília, que não lemos a Bíblia, e sim, ela é que nos lê, eu diria aqui hoje: nós não tomamos a Ceia: ela é que nos toma! Isto é espiritualidade!, a “espiritualidade da verdade”. Esta espiritualidade é transcendente por si só.
Assim, neste congresso somos desafiados pelo Senhor Jesus a não meramente “tomarmos a Ceia”, e sim, deixar-nos tomar por ela, por sua Cultura, sua Psiquê e sua Espiritualidade transcendentes.
Isto implica em uma espécie de “islamismo cristão” (“islam” = submissão). Nossa submissão à Cultura da Psiquê de Jesus nos dará o sentido da Espiritualidade que Ele mesmo quis que marcasse a sua Ceia com os discípulos. E este é o parâmetro, o limite, o direcionamento para que ela não se torne simplesmente uma ceia herética, farisaica ou essênia e psicologicamente adoecedora.
Afinal, Jesus criou a Ceia para dar SAÚDE à Cultura, à Psiquê e à Espiritualidade de seus seguidores, e não doença.
A implicação é a de tranqüilizarmo-nos, procurarmos o sentido das coisas, das pessoas e da vida, o seu significado, sua base, seu nexo. A leveza, a ternura, a qualidade. Lermos mais os Salmos 25, 27, 37, 42, 46, 139. Isaías, Oséias e, acima de tudo, Jesus mesmo. Ouvir e guardar o coração, de onde saem os caminhos da vida.
Por fim, expor-se ao Espírito Santo, ouvi-lo, seguir sua orientação, mais do que nosso cartesianismo costumeiro, que tanto marca cultura que herdamos.
Na Ceia de nosso Senhor Jesus Cristo acontecem sucessivamente e simultaneamente Cultura, Psiquê e Espiritualidade.
Sintetizando tudo o que foi dito até aqui, temos que a Ceia aponta para Deus, pois é com ele que temos comunhão “em espírito e em verdade”. Esta é uma comunhão que nos transcende e que nos transforma. Olhamos para esta Ceia e dizemos “em espírito e em verdade”: “ELE ESTÁ AQUI!”.
Acabamos de passar o feriado de “Corpus Christi”, que é a lembrança da chamada “transubstanciação”, ou seja, a idéia de que o pão se transforme no próprio corpo de Cristo, o “Corpus Christi”, e que o vinho se transforme em seu próprio sangue. Para as  igrejas reformadas o importante é a transformação, a transição (Safra), aindividuação (Jung) das pessoas dos comungantes e não dos elementos. Na Ceia nós nos tornamos o verdadeiro “Corpus Christi”. Ou seja, o verdadeiro “Corpus Christi” é a igreja que celebra a Ceia e que é transformada, “transicionada”, “individuada” por ela.
Ilustração: Em um maravilhoso livro infantil de Margery Williams chamado “The Velveteen Rabbit” (O Coelho de Pelúcia) lemos que, no tempo em que os brinquedos falavam e os bichos também, alguns brinquedos conversavam entre si sobre o sonho que tinham de ser bichos de verdade. Como poderia se dar esta transcendência, este milagre?
Um jovem coelho pergunta ao cavalo magro “O que é ser real?”. O cavalo magro responde: “Não se refere a como, ou do que você foi feito. É algo que acontece a você. Quando você é amado muito e por um longo tempo, não só para brincar, mas realmente para amar, então você se torna real”.
“Isto dói?”, pergunta de novo o coelho.
“Às vezes sim”, responde o cavalo magro, pois sempre dizia a verdade. “Quando você é real, não importa de sofrer”.
“E isto acontece assim de uma vez, como quando dão corda na gente, ou pouco a pouco?”.
“Não, não acontece de uma vez: você se torna. E leva muito tempo. E é porisso que não acontece com essas pessoas que se quebram à toa, ou que têm quinas afiadas, e que precisam ser tratadas com todo o cuidado.
Em geral, quando você é real, a maior parte de sua pelagem já se foi, com o amor das crianças, seus olhos caem para fora, suas juntas ficam moles e soltas; você fica todo desconjuntado. Mas estas coisas não têm a menor importância, porque quando você é real ninguém o achará feio, a não ser as pessoas que nada compreendem”.
“Você deve ser real, não é?”, pergunta de novo o coelho. O cavalo sorri: “O tio do menino (quando ele próprio era ainda menino) me tornou real há muitos e muitos anos; mas uma vez sendo real você não volta a ser irreal. Dura para sempre”.
O coelhinho suspirou. Ah! como ele desejava ser real, saber como se sentiria. Nesta Ceia Jesus Cristo quer que tudo em nós seja real: a cultura, a psiquê, a espiritualidade, enfimNÓS PRÓPRIOS.
Ele quer tornar-nos reais, verdadeiros e o fará por meio de seu anseio.
Pois seja feita, então, a sua vontade através de nosso anseio pelo amor que ele tem por nós!
Amém!
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J. Cássio Martins
Pastor / Psicólogo

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