CÁSSIO e o CPPC

José Cássio Martins e o CPPC formaram um amálgama perfeito. Foi coisa urdida na Eternidade e trabalhada entre nós pelo Espírito Santo.
O encontro se deu no final dos anos 70, quando a nossa instituição dava os primeiros passos. Como acontecia em outras cidades do Brasil, um grupo de jovens profissionais reuniu-se também em São Paulo. Alguns até compartilhavam consultórios entre si. Eram Ageu, Dora Eli, Zenon, Francisco Lotufo Neto e outros.
Cássio formara-se recentemente em Psicologia, mas já trazia a bagagem de uma sólida formação teológica, primeiro no Seminário Presbiteriano de Campinas e, logo depois, em Mestrado nos EE.UU. Também acumulara a experiência do pastorado por uns 15 anos, tendo passado por igrejas grandes, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo.
Ele reuniu-se com muita humildade àquele grupo de profissionais, oferecendo-lhes todo o seu conhecimento e vivências práticas. Naturalmente, foi assumindo posição de referência para os mais novos, cativando-os com sua simpatia, erudição bíblica e maturidade da fé cristã.
Em 1981 buscamos, através da Esly Carvalho, uma aproximação com a CAPS – Christian Association for Psychological Studies, entidade coirmã norte americana. De lá veio nos visitar o Dr. J. Harold Ellens, que era o Secretário Executivo, à época. Foi ele quem nos desafiou a assumirmos o Evangelho da Graça de Deus como nossa identidade principal; e nos falou pela primeira vez em Psicoteologia, não como uma especialidade da Psicologia ou da Teologia, mas como espaço de encontro entre ambos os saberes, iluminando-se mutuamente.
Quem dentre nós estava capacitado para um diálogo teológico em profundidade? Justamente o Cássio, tanto pelo domínio da língua inglesa como pelo conhecimento teológico (sem esquecer o papel semelhante exercido pelo Zenon). Ambos alcançavam as colocações psicoteológicas muito além da maioria de nós. Eles hospedaram o visitante, dessa e de outras vezes em que aqui esteve; e atuaram como tradutores e serviram de intérpretes, literal e simbolicamente.
Talvez só agora estejamos enxergando com clareza a importância de todos esses movimentos para a formação da identidade do CPPC. Sem falar da respeitabilidade que passamos a gozar no meio das igrejas e das instituições cristãs em nosso país, tendo pessoas de tal quilate entre aqueles que caminham conosco.
Durante 40 anos vimos a influência benfazeja do Cássio estender-se por todo o país. Ele tornando-se presença indispensável nos encontros e congressos que se sucederam. A celebração da Santa Ceia sob sua direção, ao final de cada evento, era marcada pela reverência e pela inovação criativa. Ele tornou-se para nós um conselheiro, terapeuta, pastor e amigo. Cada vez o perceberemos mais.
Agradecemos muito a Deus por sua vida e ministério entre nós.                                                             Uriel Heckert (outubro de 2021)