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A CHEGADA DE UM IRMÃOZINHO, por Simone Valerio

Artigos e Notícias

Cena comum de se observar são alguns problemas que podem surgir em uma família com o nascimento de uma nova criança.
Muitas vezes, os pais se vêem em apuros porque, além das preocupações que fazem parte desde o início da gravidez – pré-natal, preparo de enxoval, escolha da Maternidade, ajustes na vida profissional da mãe que deverá ficar de licença alguns meses e outras – o filho mais velho, “que sempre foi um amor”, começa a apresentar problemas.
Dependendo de como está sendo preparado para este episódio familiar, é provável que,  quanto mais se aproximar a hora do parto, maior a probabilidade desta criança apresentar as seguintes características: irritabilidade – passa a chorar com frequência maior que o habitual, sono irregular com ocorrência de insônia, falta ou excesso de apetite, algumas características de regressão no desenvolvimento, como por exemplo, voltar a urinar nas calças se já havia abandonado as fraldas, etc.
Este quadro é mais comum ainda, se esta criança estiver na faixa dos três aos cinco anos de idade aproximadamente, período caracterizado por certo “egocentrismo infantil”, ou seja, em sua fantasia, age como se fosse o centro de tudo o que acontece, como se o mundo inteiro existisse em função dela. “ Então, como será que vai ser para mim, quando chegar o  irmãozinho?”

Estas dificuldades têm fundo emocional e muitas vezes podem levar a uma queda de imunidade do organismo, tornando a criança mais suscetível a contrair doenças como caxumba, rubéola, sarampo, catapora e outras. O quadro então fica agravado, principalmente se a mãe já tiver dado à luz ao bebê, pois haverá necessidade real de afastamento para evitar o risco de contágio.
O que estaria por trás desta situação? Nada mais, nada menos, que um velho conhecido nosso, o ciúme, o medo de ser esquecido, de perder o amor dos pais. É claro que para esta criança não existirá intenção consciente de apresentar todos os sintomas acima descritos. Não se trata de  “chantagem emocional” forjada.

Vejamos algumas atitudes que podem prevenir situações como esta:

– Desde a gravidez, prepare seu filho para a chegada do irmãozinho. Conte-lhe desde o início que ele vai deixar de ser filho único;
– Faça-o sentir-se participante : deixo-o dar opiniões na escolha do nome, do enxovalzinho, da arrumação do quarto do bebê. Conduza-o de forma a perceber que vai ganhar um companheiro, não um rival;
– Após o nascimento do bebê, na medida do possível, a criança pode até auxiliar a mãe em algumas tarefas simples como pegar a toalha na hora de enxugar o bebê após o banho, por exemplo. Use o seu bom senso;
– Alerte vovós, vovôs, titios, priminhos, amigos, para colaborarem também no sentido de não esquecerem de dar atenção à criança mais velha, nos momentos de visita.

Sabe-se que um ambiente familiar harmonioso é essencial para uma vida emocional saudável tanto para quem já vive aqui, como para um novo habitante deste Universo.

 

Nota: No texto, as palavras “ filho” e “irmãozinho” encontram-se no masculino. Entretanto, esta problemática pode acometer tanto meninos como meninas.

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Simone Valerio é Psicóloga Clínica de adultos, adolescentes e crianças.

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