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A espada e a vida – Quadro Bíblia Conselheira

Bíblia Conselheira

Nosso Deus unge Davi como rei não porque ele soubesse manejar bem a espada (o que de fato sabia), mas porque ele sabia cuidar de uma ovelha que recém havia parido. Essas características naturais da vida mesmo, da biologia, nos servem de recurso para cuidar do recém-nascido, para enfrentar dores e problemas da vida, como José e Maria fizeram com Jesus. Com esse cuidado pelo frágil presente, o aprendizado de manejar a espada também acontece, e adquire outro sentido. O Antigo Testamento anuncia esse Filho que vai enfrentar os inimigos e manejar bem a espada. Por exemplo, quando Jesus precisa encarar os homens que estavam prestes a apedrejar a mulher pega em adultério, ele soube enfrentá-los com firmeza e dizer: “quem aqui pode atirar a primeira pedra?” (Jo 8.1-11) E todos vão saindo, um a um, até não sobrar ninguém para condenar a mulher. “Eu também não condeno você”, diz Jesus para a mulher. A vida mais frágil foi preservada. Na Judeia é como se a terra tivesse ficado pequena para dois deuses: o do céu, que nascia, e o de Roma, que governava a terra. O deus de Roma não deixa lugar para uma mulher grávida: o rei que ocupava esse posto era medroso, sentia-se ameaçado a ponto de mandar matar as crianças à espada. Já o Deus do Céu aplana os caminhos pára as grávidas. No caso do Deus-Filho, a cultura humana não lhe reservou lugar para nascer — ele não é cuidado pelas construções humanas, não habita nelas, mas é cuidado pelo Espírito Santo, pelo poder sobrenatural de Deus. Ninguém mais poderia se encarregar disso. O mesmo Espírito Santo, anos depois, ressuscita esse Filho. Pai, Filho e Espírito atuam juntos, ao longo do Antigo Testamento, ao longo dos quatro Evangelhos e também daí para adiante, pelo livro de Atos dos Apóstolos, onde todos os conflitos vão sendo solucionados pela ação transformadora do Espírito, que atua nessas construções humanas. Herodes construiu o Templo, este cumpriu sua função até a morte de Jesus, e depois foi destruído, e até hoje não existe mais. Jesus assumiu em seu próprio corpo essa função de templo, e nele as vidas frágeis são acolhidas.

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